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Respeito é bom e o Brasil, merece!

A política precisa voltar ao seu lugar: o da disputa de ideias, e não de vidas

10/04/2025 07h48 Atualizada há 2 meses
Por: Redação
Respeito é bom e o Brasil, merece!

Por Dirceu Lopes

O Brasil atravessa um momento delicado, onde a política parece ter perdido qualquer limite ético ou racional. Quando deputados federais tentam aprovar o desmonte da segurança do Presidente da República — eleito democraticamente pela vontade soberana do povo — e, ao mesmo tempo, vozes na tribuna da Câmara dos Deputados, esbravejam publicamente desejando sua morte, estamos diante de uma perigosa escalada antidemocrática. Isso não é política. Isso é uma afronta à Constituição, ao Estado de Direito e à civilidade mínima que se espera de qualquer nação que se diga republicana.

Não se trata de gostar ou não de Lula. Trata-se de respeitar as instituições e a vida humana. A tentativa de fragilizar a segurança do presidente não é um gesto simbólico: é uma ação concreta, que coloca em risco não apenas uma pessoa, mas a estabilidade de todo o país. É a banalização do ódio travestida de projeto legislativo. É o flerte com a barbárie, incentivado por aqueles que, ao invés de representarem o povo, alimentam suas bases mais extremistas.

Enquanto isso, discursos de morte ganham espaço noo Congresso Nacional, Faria Lima e nas redes sociais. Que país é esse onde autoridades,banqueiros e empresários, que deveriam zelar pela justiça, incitam a violência contra o Chefe de Estado? Isso é mais do que uma irresponsabilidade institucional — é um crime moral contra o Brasil e seu povo. Se não houver reação à altura, estaremos legitimando a violência como ferramenta política.

A quem interessa esse clima de terror? Certamente não ao povo trabalhador. Quem acorda cedo, pega ônibus lotado e luta pelo sustento da família quer paz, comida no prato e um governo que funcione. O povo não ganha nada com esse jogo sujo de ódio. Pelo contrário: perde. Perde estabilidade, perde investimentos, perde segurança, perde o direito de sonhar com um país melhor.
Esses ataques não têm como alvo apenas Lula. Têm como alvo qualquer projeto de reconstrução nacional, qualquer política que defenda os mais pobres, qualquer tentativa de redistribuir poder e riqueza num país historicamente desigual. O que se tenta matar, na verdade, é a esperança de que o Brasil possa ser de todos, e não apenas dos de sempre.

Cabe à sociedade civil, aos movimentos sociais, à imprensa séria e a cada cidadão que acredita na democracia, reagir com firmeza. Não podemos normalizar o ódio. Não podemos tratar como opinião o que é ameaça. A política precisa voltar ao seu lugar: o da disputa de ideias, e não de vidas. Que se critique, que se debata, que se proponha. Mas jamais se aceite a lógica do inimigo a ser eliminado.

O Brasil já viu onde esse caminho leva. Ditaduras, censura, violência, dor. O povo brasileiro lutou muito para ter de volta o direito de votar, de sonhar, de viver em paz. Não deixaremos que esse direito seja soterrado pelo ressentimento e pelo extremismo. Defender a vida de Lula é defender a democracia. E defender a democracia é defender o Brasil.