O prazo para a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentar resposta à denúncia sobre o envolvimento do ex-presidente no plano de golpe de Estado, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), termina nesta quinta-feira (6). Os advogados de Bolsonaro solicitaram a ampliação do prazo para resposta, mas teve o pedido negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A extensão do prazo também foi negada pela PGR, que seguiu o entendimento adotado pelo STF. Os advogados queriam aumentar o tempo de resposta de 15 para 83 dias.
Após o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, tornar pública a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no último dia 19 de fevereiro deste ano, a engenharia da trama golpista, que, segundo a Procuradoria-Geral da União (PGR), foi criada para dar um golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022, ficou evidente.
A delação de Cid, somada à investigação da Polícia Federal, o inquérito do STF e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), indica que o círculo próximo e de confiança de Bolsonaro estava imerso no plano e deixou marcas que foram rastreadas pelos investigadores e o sistema de Justiça.
Após a eleição de 2022, que terminou com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL), membros das Forças Armadas e políticos do entorno do ex-presidente, alguns deles ministros de Estado, passaram a se reunir e articular o suposto plano, que chegava a prever o assassinato do petista e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSDB).
Jair Bolsonaro é apontado como o líder da organização que tentou impedir a posse de Lula para manter-se no poder após a derrota eleitoral. De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro adotou uma postura antidemocrática e liderou uma trama conspiratória para manter-se no cargo.