Por Dirceu Lopes
Hoje, eu gostaria de celebrar a visita do presidente Lula a Rio Grande e a tão aguardada retomada do Polo Naval — um motor de emprego, renda e desenvolvimento. No entanto, há um tema urgente que não pode ser ignorado: a escalada da violência e a propagação sistemática de mentiras, utilizadas como "arma política" pela extrema-direita.
Em um país onde a democracia deveria ser o solo fértil para o respeito às diferenças e a convivência pacífica, cresce uma ameaça silenciosa, mas devastadora. Um discurso de ódio, disfarçado de opinião legítima, vem se espalhando e corroendo os pilares da convivência civilizada. Não há equilíbrio possível quando um lado se dedica a atacar minorias, disseminar mentiras e empregar a intimidação como ferramenta de poder.
O que estamos presenciando no Brasil vai além de uma simples polarização. Trata-se de um ataque coordenado contra a dignidade humana, a liberdade de expressão e os princípios mais básicos de justiça social. A extrema-direita, sem disfarces, tem recorrido à violência, ao ódio, às mentiras e à chantagem como armas letais contra a vida e contra a democracia.
Quando testemunhamos ataques covardes a pessoas com deficiência, jornalistas, movimentos sociais organizados, povos indígenas, negros, LGBTQIA+, trabalhadores rurais sem terra e defensores dos direitos humanos, não estamos diante de um debate de ideias — estamos diante de uma tentativa brutal de silenciar vozes que lutam por um Brasil mais justo e inclusivo.
A mídia tradicional, ao rotular essa situação como “polarização”, comete um erro grave. Polarização implica em dois lados opostos em um diálogo — por mais tenso que seja. Aqui, de um lado, temos quem defende a vida, os direitos e a dignidade humana; do outro, aqueles que promovem sua destruição.
Essa escalada de intolerância não é um acidente. Ela é alimentada por grupos extremistas que usam a desinformação, a mentira e o medo como armas de manipulação. Eles almejam um Brasil em que apenas a sua voz seja ouvida, onde a diferença seja eliminada e a diversidade exterminada. Um Brasil onde o ódio se torne política de Estado. O objetivo não é debater, mas dominar — a qualquer custo. E o preço? Nossa liberdade, nossa paz, nossa democracia.
É fundamental compreender o verdadeiro risco desse cenário: quando a violência se torna normal, ela se espalha; quando a mentira se disfarça de opinião, a verdade perde seu espaço; quando o medo se torna regra, a democracia morre, um pouco mais a cada dia. Aceitar isso passivamente é permitir que os valores mais sombrios da nossa história ressurgem com força total.
Agora, mais do que nunca, é hora de reagir. Não com o mesmo ódio que eles espalham, mas com a força da verdade, da organização e da coragem. É o momento de desmascarar as mentiras, proteger aqueles que lutam por justiça social e garantir que nenhuma voz seja silenciada por medo ou intimidação. Cada cidadão consciente deve entender: a omissão é a maior aliada do extremismo. Quando você escolhe o silêncio, está permitindo que a violência avance.
O que esses grupos realmente desejam? Um Brasil dividido, governado pelo medo, pela repressão e pela exclusão. Um país onde as diferenças sejam apagadas e os mais vulneráveis abandonados à própria sorte. Ser de extrema-direita não se trata de uma posição política legítima — trata-se da negação de valores fundamentais de respeito e humanidade.
Mas nós, enquanto sociedade, temos o poder — e o dever — de impedir que isso aconteça. O futuro do Brasil está em jogo, e a decisão é nossa: ou enfrentamos o ódio de frente, ou permitimos que ele destrua tudo o que conquistamos até aqui.
Chegou a hora de um basta definitivo. Basta de mentiras, basta de violência, basta de desumanidade. É hora de resgatar a coragem, fortalecer a união e reafirmar nosso compromisso com a verdade e com a justiça. A hora de agir é agora. Se não lutarmos hoje, amanhã pode ser tarde demais — e o preço da omissão será pago por todos nós.